Publicado por Admin em 19/06/2019 às 18:27

Copom decide manter Selic em 6,5%; sem sinal claro de corte

Investing.com - O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros inalterada em 6,5% em decisão unânime e não deu um sinal claro de início de ciclo de baixa. Os diretores optaram por retirar a menção ao balanço de riscos simétrico, abrindo uma porta para um possível corte em reuniões futuras.

Os diretores do banco mostraram que as preocupações com a reforma da Previdência ainda superam a redução dos riscos inflacionários.

"O Comitê avalia que o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, mas entende que, neste momento, o risco [de frustração com reformas] é preponderante", disse o Copom em comunicado. O comitê "enfatiza que a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia".

Para os diretores, a taxa de juros ainda está no patamar estimulativo. "O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural".

No radar do Copom estão o enfraquecimento da atividade econômica. "Indicadores recentes da atividade econômica indicam interrupção do processo de recuperação da economia brasileira nos últimos trimestres... O Comitê julga importante observar o comportamento da economia brasileira ao longo do tempo, com redução do grau de incerteza a que continua exposta".

No comunicado, a retirada da referência sobre balanços de riscos simétricos pode abrir caminho para uma futura redução nas taxas de juros.

Parte do mercado aposta que o novo ciclo de corte de juros poderá ocorrer a partir do segundo semestre, com alguns analistas que acreditavam em redução já em julho, em avaliações realizadas antes da reunião de hoje.

Economistas do Itaú BBA projetavam antes da reunião de hoje que a Selic poderia cair a 5% ainda neste ano, 1,5 p.p. de corte sobre o patamar de hoje. O BTG Pactual previa redução até 5,75%, enquanto o Banco Daycoval via até 5,5%.

No último relatório Focus divulgado na segunda-feira, os analistas reduziram pela décima semana consecutiva a estimativa de expansão econômica para 2019 e 2020. Este ano a economia brasileira deve crescer 0,93% (1% na previsão anterior), enquanto no ano que vem a aposta é de 2,2% (2,23%).

Além disso, a inflação se encaminha para abaixo do centro da meta após subir, com os choques dos alimentos no início do ano, próximo dos 5% na variação anual. O IPCA desacelerou de 0,57% em abril para 0,13% em maio, enquanto no acumulado em 12 meses saiu de 4,94% para 4,66%. Apesar de a inflação oficial estar acima da meta, as projeções para o final do ano estão abaixo. O Copom segue as estimativas dos analistas, que também reduziram a projeção de inflação. O mercado projeta inflação de 3,84% no ano.


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