Ibovespa fecha na máxima em 4 meses e mira 100 mil pontos

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou nesta segunda-feira no maior patamar em quatro meses, em meio a perspectivas positivas de recuperação econômica pós-Covid-19 e com intenso noticiário corporativo no país.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa subiu 2,24%, a 98.937,16 pontos, pico de fechamento desde 5 de março. Na máxima da sessão, chegou a 99.256,85 pontos.
O volume financeiro no pregão somou 26,8 bilhões de reais.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,59%, favorecido ainda por dados melhores do que o esperado sobre o setor de serviços norte-americano, que ajudou a ofuscar nova onda de casos de coronavírus nos Estados Unidos.
Do cenário brasileiro, também repercutiram comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, do domingo, de que o governo fará quatro grandes privatizações em até 90 dias e que a reforma tributária deve ser aprovada ainda em 2020.
DESTAQUES
- B2W ON (BTOW3) fechou com elevação de 8,63%, após sua controladora LOJAS AMERICANAS anunciar oferta de ações de até 7 bilhões de reais que inclui a varejista online como um dos destinos dos recursos captados na operação. A Lojas Americanas disse que avalia capitalizar a B2W em 3 bilhões de reais. LOJAS AMERICANAS PN (LAME4) subiu 5,16%.
- MERCADO LIVRE, negociada em Nova York, perdeu fôlego e fechou em alta de 0,76%, após superar cotação de 1.000 dólares pela primeira vez nesta sessão, com o setor de comércio eletrônico ajudado pela pandemia, que fez as entregas online subirem fortemente. Aqui, VIA VAREJO ON avançou 2,64% e MAGAZINE LUIZA ON (MGLU3) encerrou praticamente estável.
- COGNA ON avançou 5,56%, após pedir registro para oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações da sua subsidiária Vasta nos Estados Unidos. No setor de educação, YDUQS ON (YDUQ3) subiu 1,39%.
- CVC (CVCB3) BRASIL ON disparou 10,55%, no embalo do otimismo com a reabertura de países ao turismo, com empresas áreas brasileiras também aumentando a oferta de voos.
- BRADESCO PN (BBDC4) e ITAÚ UNIBANCO PN valorizaram-se 6,09% e 4,64%, respectivamente. No fim de semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, prometeu que até 1º de fevereiro a Casa não pautará novos impostos no Brasil. Uma dos riscos para as ações de bancos era a chance de alta da CSLL para atenuar o efeito do Covid-10 na arrecadação federal.
- PETROBRAS PN (PETR4) subiu 2,41%, na esteira da alta do petróleo Brent no exterior, além de avanços em seu plano de desinvestimento. Os ministérios da Economia e de Minas e Energia defenderam que a decisão da Petrobras de vender ativos de refino não vai contra decisão do Supremo Tribunal Federal sobre desestatizações.
- VALE ON (VALE3) teve acréscimo de 2,37%, na esteira da alta dos preços do minério de ferro na China. A mineradora também informou que sua subsidiária integral Vale Overseas Limited pretende emitir bonds com vencimento em 2030, em operação que será garantida pela companhia.
- IRB BRASIL (IRBR3) RE ON caiu 1,76%, com o papel ainda afetado pelo anúncio de que fará captação bilionária para repor provisões técnicas regulatórias afetadas por fraude contábil.
- JHSF ON (JHSF3), for a do Ibovespa, avançou 3,52%, após anunciar oferta primária e secundáriarestrita de até 44.427.950 ações, que espera precificar em 15 de julho.
- SMILES ON (SMLS3) caiu 2,39%, pior desempenho do índice Small Caps, após seu conselho aprovar a compra de 1,2 bilhão de reais em créditos da Gol (GOLL4) para uso futuro. GOL PN subiu 3,12%, com dados de junho no radar.