Ibovespa fecha em alta de 2,5% com EUA e resultados corporativos no radar

O Ibovespa voltou do fim de semana prolongado por um feriado ontem no positivo. Vindo de uma esteira de altas nas bolsas europeias e americanas na véspera, que se repetiu hoje, o Ibovespa buscou devolver parte das perdas de 7,22% na semana passada.
Essa forte desvalorização dos pregões anteriores, que também foi observada nas bolsas de Wall Street, fez com que investidores saíssem em busca de pechinchas em ações que, agora, consideraram que foram penalizadas demais. Assim, o Ibovespa fechou em alta de 2,16%, aos 95.979 pontos.
A onda positiva teve início ontem nas bolsas americanas com investidores em busca de ações baratas e boas empresas, mas as altas ainda são limitadas pelas incertezas sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos, que acontece hoje, e seu desfecho ainda guarda muitas preocupações. Os casos de covid-19 também seguem em alta rápida na Europa e algumas regiões dos Estados Unidos e os riscos fiscais por aqui ainda pesam no humor do investidor local.
Em meio aos receios de contestação do resultado das urnas, as pesquisas eleitorais reforçaram a perspectiva de uma "onda azul" - cenário em que o partido Democrata, de Joe Biden, toma o controle simultâneo da Casa Branca, do Senado e da Câmara - , algo que parte do mercado considera positivo, uma vez que a Biden tem prometido pacotes maiores de ajuda à economia do país.
Apesar da valorização de hoje, parte do mercado ficou desapontada porque esperava mais do Ibovespa na volta de um feriado em que Wall Street subiu com tanta força. "Muita gente esperava um ajuste positivo na abertura, que foi o que aconteceu, mas toda a alta que o mercado americano teve hoje o Ibovespa não acompanhou e na verdade nem a alta total de ontem", avalia André Machado, sócio-fundador da escola de traders Projeto os 10%.
No mercado de câmbio foram os riscos fiscais que pesaram nos negócios e o dólar comercial, que abriu em queda, fechou em alta de 0,41%, cotado a R$ 5,7612.
Para Machado, a "teimosia do Banco Central" em afirmar que o choque recente de inflação é temporário, conforme comunicado de sua última decisão na semana passada e na ata da reunião publicada hoje, vai contra as expectativas do mercado. O resultado é uma "queda de braço" entre investidores e Banco Central, define o especialista.
Destaques
A maior alta do dia ficou a ação do IRB, com valorização de x%. A empresa de resseguros é alvo de intensa especulação e vive uma montanha-russa no preço de sua ação. Com a expectativa de números positivos no balanço do terceiro trimestre que sai ainda na noite de hoje, parte dos investidores que acredita na alta da ações se anteciparam a esse movimento comprando antes do balanço sair.
As ações das siderúrgicas se destacaram entre as maiores altas do Ibovespa, impulsionadas pelo reajuste do preço do aço a partir de hoje. A CSN disparou 9,01%, e as ações preferenciais da Gerdau avançaram 6,28%, da Metalúrgica Gerdau subiram 6,12% e da Usiminas saltaram 6,24%.
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