Anvisa aprova uso emergencial de vacinas CoronaVac e da AstraZeneca

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade o uso emergencial das vacinas da AstraZeneca e da Sinovac contra o coronavírus, em reunião neste domingo, abrindo caminho para o início da imunização no Brasil contra uma doença que já deixou quase 210 mil mortos.
Pouco depois da aprovação pela Anvisa, a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, tornou-se a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ela foi voluntária nos testes da vacina da chinesa Sinovac.
“Vamos nos vacinar, não tenham medo”, disse Mônica. “É a grande chance que a gente tem de salvar mais vidas.”
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou em entrevista à imprensa que a aplicação da vacina em São Paulo foi “em desacordo com a lei”, uma vez que medida provisória do governo federal determinou que cabe ao Ministério da Saúde coordenar nacionalmente a imunização contra o coronavírus.
Pazuello anunciou que o plano nacional será lançado às 10h de quarta-feira, simultaneamente, em todos os Estados brasileiro, após a distribuição das doses pelo ministério a partir de segunda-feira. Ainda não foi anunciado, no entanto, como ocorrerá a vacinação em cada local.
“Significa um passo importante para o controle da pandemia. Entretanto, precisamos que seja explicitada a logística da imunização”, disse o epidemiologista Roberto Medronho, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na reunião da Anvisa, os cinco diretores da agência votaram a favor do uso emergencial de 6 milhões de doses da CoronaVac importadas da China pelo Instituto Butantan e de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, que serão importadas da Índia pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Somente a vacina do Butantan, no entanto, está disponível para aplicação imediata na população no momento, uma vez que houve atraso na importação das doses da vacina da AstraZeneca da Índia. O ministro Pazuello afirmou neste domingo estar confiante de que as vacinas da Índia chegarão esta semana.
Sem ter a vacina da AstraZeneca, o Ministério da Saúde solicitou ao Instituto Butantan a “entrega imediata” das doses da CoronaVac para o início da imunização nacional, mas o governo paulista alega ser praxe que parte das vacinas do Butantan permaneça no Estado para a vacinação no Estado.
O governador Doria afirmou que determinou que o Butantan entregue imediatamente após a aprovação as vacinas ao Ministério da Saúde. Segundo o instituto, serão entregues 4,63 milhões de doses e outras 1,35 milhão de doses ficarão no próprio Estado, conforme estabelecido pelo ministério, de acordo com o instituto.
“É a única vacina que existe no Brasil porque São Paulo fez, porque São Paulo agiu”, disse Doria.
Por Money Times