Lucro da Eletrobras cai 44% no 4° trimestre, com empréstimo compulsório

A Eletrobras (ELET3) registrou lucro líquido de 1,27 bilhão de reais no último trimestre de 2020, recuo de 44% em base anual, após elevadas provisões ligadas ao chamado empréstimo compulsório e ajustes contábeis associados à térmica a carvão de Candiota 3, além de perdas na usina de Belo Monte, segundo balanço divulgado no final da noite de sexta-feira.
No total do ano, os ganhos da maior elétrica da América Latina somaram 6,38 bilhões de reais, recuo de 43% ante 2019, quando os resultados também haviam sido beneficiados por impacto positivo bilionário pela venda de distribuidoras de energia deficitárias no Amazonas e Alagoas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da estatal (Ebitda) somou 299 milhões de reais negativos entre outubro e dezembro, contra 3,2 bilhões positivos no ano anterior, com margem negativa de 3%.
O Ebitda recorrente, por outro lado, aumentou 46% ano a ano, para 4,57 bilhões de reais.
No ano completo de 2020, o Ebitda da Eletrobras foi de quase 10,5 bilhões de reais, recuo de 9% em base anual, enquanto o Ebitda recorrente ficou perto de 14 bilhões, baixa de 2%.
A Eletrobras somou uma receita operacional líquida de 9 bilhões no quarto trimestre (+17% ano a ano), enquanto em 2020 como um todo atingiu 29 bilhões de reais, queda de 2%.
Responsável por cerca de metade de capacidade de transmissão de energia do Brasil e um terço da geração, a Eletrobras viu suas receitas com linhas de transmissão somarem 4,17 bilhões no trimestre, alta ante 2,75 bilhões em mesmo período de 2019.
Em geração, a receita foi de 6,2 bilhões, contra 6,3 bilhões de reais no ano anterior.
A Eletrobras destacou ainda que encerrou 2020 com caixa consolidado de 14,3 bilhões de reais. A dívida líquida ficou em 20,3 bilhões, o que representou um indicador de alavancagem de 1,5 vezes.
Em termos de investimentos, a estatal apurou desembolsos de 1,73 bilhão no trimestre, avanço de 11% ano a ano. No total de 2020 os aportes foram de 3,1 bilhão de reais, com queda de 6%.
Os custos e despesas operacionais deram forte contribuição negativa para o resultado, ao somarem quase 10,5 bilhões de reais no último trimestre de 2020, mais que o dobro dos 5 bilhões de 2019, puxados por salto de 481% nas provisões operacionais, que ficaram perto de 4,25 bilhões.
Custos com pessoal, material, serviços e outros (PMSO), por outro lado, caíram 3%, para 3,3 bilhões, refletindo menor gasto com planos de demissão consensual em 2020 e desligamentos anteriores, além de política de contenção de custos.
Por Money Times