Ibovespa tem nova semana de alta com recordes em NY e noticiário corporativo aquecido

O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, arrematando mais uma semana de valorização, a terceira seguida, em movimento endossado por máximas em Wall St e noticiário corporativo aquecido, embora tenha ocorrido pouco avanço palpável nas frentes de saúde, política e fiscal no Brasil.
Nos Estados Unidos, os primeiros balanços da temporada do primeiro trimestre chancelaram a percepção de forte recuperação já indicada por dados econômicos e apoiada principalmente na agilidade do processo de vacinação no país.
Em Nova York, o S&P 500 bateu recordes consecutivos, assim como o Dow Jones.
Além disso, números sobre a economia chinesa continuaram alimentando perspectivas positivas para a demanda de matérias-primas, produto de empresas que correspondem a uma parcela relevante na composição do Ibovespa, e que se beneficiam do atual cenário de reabertura, reflação e rotação de portfólios.
Vale, dona da maior fatia na carteira teórica do Ibovespa, de mais de 11%, renovou recordes nessa semana, quando acumulou valorização de 5,5%. Na quinta-feira, a cotação chegou a 109,88 reais na máxima, maior patamar intradia.
Em paralelo, o noticiário corporativo brasileiro desencadeou oscilações expressivas na bolsa paulista, com destaque para GPA (PCAR3), Cia Hering (HGTX3) e Lojas Renner (LREN3), entre outras. Menos sorte tiveram as novas, como Mater Dei e Allied, com estreias em baixa.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa subiu 0,34%, a 121.113,93 pontos, com alta de 2,93% na semana e ampliando o ganho em abril a 3,84% No ano, agora tem acréscimo de 1,76%.
O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 30 bilhões de reais.
Destaques do Ibovespa no mês:
- CIA HERING (HGTX3) dispara 45,25%, catapultada pelo anúncio de que a varejista de moda recebeu -e recusou- proposta de fusão da fabricante de calçados e acessórios Arezzo (ARZZ3). A Cia Hering afirmou que manterá o plano estratégico de combinar construção de marcas e expansão, com a busca por crescimento orgânico, e análise de "oportunidades inorgânicas", abrindo espaço para avaliação de que ela virou alvo de aquisição.
- CSN (CSNA3) valoriza-se 26,65%, tendo renovado cotações recordes, com o setor de mineração e siderurgia ainda beneficiado por perspectivas de reabertura pós-Covid e estímulos econômicos no exterior para reavivar as economias, além de ambiente favorável a reajuste de preço de aço no Brasil. No caso de CSN, há ainda a perspectivas de desalavancagem do grupo. Nem o imbróglio no porto de Itaguaí esfriou o apetite pela ação. No setor, VALE (VALE3) avança 10,92%, USIMINAS (USIM5) sobe 26,14%, GERDAU PN (GGBR4) registra acréscimo de 7,64%.
- BRASKEM (BRKM5) apura alta de 25,93%, ampliando o ganho no ano para 112%, em meio a expectativas ligadas à venda da participação da Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica. O papel também vem encontrando suporte na visão do mercado de que a empresa está bem posicionada para aproveitar a sólida demanda por produtos petroquímicos, além do processo de desalavancagem e o progresso contínuo nas frentes de Alagoas e México.
- BRF (BRFS3) contabiliza declínio de 6,46%, diante do cenário de alta dos preços de grãos e potencial aumento das matérias-primas da ração animal. Na semana passada, o presidente do conselho de administração da BRF, Pedro Parente, disse que os preços das commodities agrícolas estão em patamares bastante altos e o cenário é de firmeza nas cotações, com a China importando produtos "como nunca" enquanto recompõe seu plantel de suíno.
- SULAMERICA (SULA11) recua 5,53%, dando sequência à correção após a disparada em meados de março, tendo no radar a oferta pública inicial (IPO) da Caixa Seguridade, que pode movimentar 6,5 bilhões de reais e tem precificação prevista para 27 de abril.
- ENERGISA (ENGI11) perde 3,98%, penalizada pela decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de adiar reajuste tarifário de unidades dela que atuam no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto avalia saídas para conter o forte aumento de custos para consumidores neste ano. A companhia também anunciou oferta pública de compra de ações (OPA) da Rede Energia, que ocorrerá em 14 de maio, na B3 (B3SA3).
Por Investing.com