Taurus aumenta em 22% sua produção de armas em abril após recorde no 1º trimestre

A Taurus Armas (TASA4) entregou na sexta-feira (7) um balanço com recordes operacionais, incluindo a maior produção de armas em um único trimestre, com 492 mil unidades de janeiro a março - somando as fábricas brasileira e americana -, um aumento de 87,1%. No Brasil, a média diária de produção foi de 7.806 unidades no primeiro trimestre. Em abril, esse número já subiu para 9.510, crescimento de 21,83%.
Segundo Salesio Nuhs, presidente da Taurus Armas, os ganhos de produtividade são decorrentes de melhorias que vêm sendo feitas nas linhas de produção desde que assumiu o comando da empresa, em janeiro de 2018, ganhos de escala e o lançamento de produtos com maior tecnologia agregada.
Esse ganho de qualidade em cada peça foi o responsável pelo aumento da margem bruta de 34,6% no primeiro trimestre de 2020 para 46,1% no mesmo período deste ano, explica Nuhs. De acordo com o executivo, essa é a maior margem bruta entre as indústrias de armas que tornam públicos os números de suas operações.
No primeiro trimestre, a empresa alcançou um recorde de ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ao saltar 269,1%, para R$ 175,7 milhões. A margem ebitda também foi recorde, passando de 15% no primeiro trimestre de 2020 para 31,9% no balanço mais recente.
Nos Estados Unidos, o salto maior em produtividade veio com a transferência da fábrica na Flórida para o estado da Georgia, em local mais amplo. No Brasil, esse salto começará a dar seu impulso em setembro deste ano, quando Nuhs prevê que o projeto do condomínio de fornecedores estará concluído.
O funcionamento pleno das atividades brasileiras na nova área deve acontecer em janeiro de 2022. "Estamos só no começo da nossa caminhada", afirma o presidente da Taurus.
O condomínio de fornecedores permitirá que toda a cadeia da Taurus funcione em um só lugar, repercutindo em ganhos em transporte e logística de matéria-prima e insumos, e até mesmo de espaço para estoque.
"O novo processo de produção estará integrado com o fornecedor", diz Nuhs, que prevê novos ganhos em margem bruta e margem ebitda com o pleno funcionamento do projeto.
E existe demanda para tantas armas? Nuhs garante que sim e cita a fila de pedidos que somava 2,3 milhões de armas ao fim do primeiro trimestre. Nos Estados Unidos, intenção de compra de armas bateu recorde em abril, segundo números do NICS (National Instant Criminal Background System Checks, em inglês), o sistema do FBI de verificação de antecedentes criminais.
Embora essa verificação não possua relação direta com a venda de armas, é o melhor indicador existente para estimar a intenção de compra. O NICS ajuda a checar - de forma on-line - se o cidadão americano pode comprar armas e de qual tipo.
Segundo Nuhs, as medidas de restrição ao acesso às armas, promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não afeta o portfólio oferecido pela Taurus. Além disso, o executivo avalia que o mercado consumidor brasileiro vem demonstrando comportamento similar ao americano, com o interesse em modelos novos. "É como uma coleção", diz.
Para que os números positivos demonstrados em balanço se convertam em dividendos para os investidores, Nuhs conta que a empresa contratou uma consultoria para ajudar a situação das dívidas e dos prejuízos registrados na gestão passada. Se houver sucesso no arranjo das contas, os dividendos devem vir para o bolso dos acionistas em 2022.
Por Valor investe