Cogna prepara aquisições para o segundo semestre

Dona dos maiores grupos de ensino superior e de educação básica do país, a Cogna (COGN3) viu seu negócio de faculdades — que representa 60% da receita da companhia — encolher nos últimos dois anos. A queda deve-se a uma combinação de fatores como concorrência mais acirrada no mercado de graduação on-line, impossibilidade de aquisição de grandes instituições de ensino por questões concorrenciais, redução do Fies (programa de financiamento estudantil do governo federal) e crise econômica.
Em 2020, com a pandemia, a Cogna viu que o cenário seria ainda pior e fez uma reestruturação forte: fechou 25% de seus campi presenciais, tornou-se mais exigente com os inadimplentes, elevou as provisões para possíveis aumentos de calote, entre outras medidas. As mudanças contábeis adotadas nessa reorganização impactaram o balanço do ano passado que fechou com um prejuízo de R$ 5,8 bilhões, mesmo montante de sua receita líquida.
No primeiro trimestre, a Cogna começou a colher os resultados iniciais das ações adotadas no ano passado. A margem Ebitda da Kroton, empresa da Cogna que reúne os negócios de ensino superior, aumentou 9,3 pontos percentuais; o volume de alunos parou de cair. A Cogna voltou a gerar caixa. Agora, com um alívio no endividamento, que chegou a bater em três vezes o Ebitda e que obrigou o grupo a negociar os ‘covenants’ (compromissos financeiros) de suas debêntures, a Cogna planeja comprar faculdades de medicina e plataforma de tecnologia a partir do segundo semestre.
Por Valor investe