Publicado por Admin em 18/03/2020 às 18:11

Copom corta Selic em 05 p.p. a 3,75% ao ano em ambiente desaceleração e dólar alto

O Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu a ação de outros bancos centrais e reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual, para 3,75% ao ano.

O consenso de mercado apontava para uma redução de 0,25 p.p. para 4,00%, enquanto parte do mercado acreditava em uma atitude mais agressiva, da ordem de 1 p.p..

Apesar da escalada do dólar, que fechou a R$ 5,19, o Banco Central avalia que o balanço de risco é assimétrico, com viés deflacionário por causa da alta ociosidade da capacidade produtiva e deterioração das condições financeiras internacionais impulsionadas pelo surto de coronavírus ao redor do mundo.

Ambiente econômico e financeiro justifica corte

A piora da perspectiva de crescimento econômico global derrubou as projeções para o Brasil, com o Goldman Sachs acreditando em queda do PIB de 0,9% neste ano. Credit Suisse reviu para 0%, enquanto o UBS vê +0,5%.

Além disso, as ações coordenadas por vários Bancos Centrais também embasam a atuação preventiva da autoridade monetária brasileira. Neste domingo, o Federal Reserve cortou a taxa de juros de referência para próximo de 0% e anunciou programa de US$ 700 bilhões em compra de ativos, medidas para manter o mercado financeiro em funcionamento e prevenir os desdobramentos negativos do coronavírus na economia dos EUA.

A flexibilização monetária do Fed foi seguida por outros bancos centrais. O Banco do Japão disse que dobraria sua meta de compra de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) para o equivalente a US$ 112 bilhões.

O Banco da Reserva da Nova Zelândia reduziu sua taxa-chave em 75 pontos-base para 0,25% e disse que não a aumentaria por pelo menos um ano. E o Banco da Coreia do Sul, que já havia resistido a cortes nas taxas, apesar de o país ter sofrido um surto grave de coronavírus, reduziu sua taxa-chave em 50 pontos-base para 0,75%.

Na Europa, Robert Holzmann, um dos membros mais hawkish do conselho de governo do Banco Central Europeu, sinalizou a possibilidade de uma intervenção mais direta para estabilizar os mercados de títulos da zona do euro. "Se houver necessidade de intervir na área de títulos do governo, serão tomadas medidas", disse Holzmann.

Outras medidas de injeção de liquidez

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta semana, em reunião extraordinária, para facilitar a renegociação de dívidas, dispensando os bancos de aumentarem o provisionamento no caso de repatriação de operações de crédito realizadas nos próximos seis meses.

Em outra medida, o governo ampliou a folha de capital do sistema financeiro nacional em R$ 56 bilhões, permitindo que a capacidade de crédito seja elevada em R$ 637 bilhões.

Investing


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