Destaques da bolsa: BR Distribuidora; Petrobras; Balanço Helbor e mais

A Petrobras lançou o teaser para vender os 10% restantes que possui na NTS – Nova Transportadora do Sudeste, empresa que controla mais de dois mil quilômetros de gasodutos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A NTS é a empresa que liga o gasoduto Bolívia-Brasil a outros sistemas de transmissão e distribuição, como a TAG, que transporta o gás natural do Rio até o Nordeste. Já a Vulcabras informou na noite de ontem que vendeu por R$ 41 milhões sua fábrica e subsidiária no Estado de Sergipe para a Dok, uma empresa local.
As recomendações também ganham destaque, com Lojas Americanas sendo elevada e CVC tendo recomendação reduzida pelo Bradesco BBI. Já a Moura Dubeux teve a cobertura iniciada com recomendação outperform pelo Itaú BBA. Também em destaque, a BR Distribuidora propôs adiamento do pagamento de dividendos. Confira os destaques:
Lojas Americanas (LAME4) e CVC (CVCB3)
A Lojas Americanas teve a recomendação elevada pelo Bradesco BBI de neutra para outperform. O preço-alvo de R$ 24 implica potencial de alta de 33% em relação ao último fechamento.
“Achamos que a Americanas será uma vencedora relativa a curto prazo, pois mantém um grande número de suas lojas abertas, com um foco maior em itens de higiene, limpeza e alimentação”, avalia o analista Richard Cathcart.
Já a CVC Brasil teve a recomendação reduzida de outperform para neutra. O preço-alvo de R$ 15 implica potencial de alta de 35% em relação ao último fechamento.
“Esperamos que o segmento de viagens seja o mais atingido pela crise atual e provavelmente será a categoria que mais demorará a se recuperar. A CVC possui ativos atraentes, como marca, rede de distribuição e escala, mas os próximos meses serão muito desafiadores, por isso, preferimos adotar uma posição de ‘esperar para ver'”, destaca Cathcart.
Moura Dubeux (MDNE3)
O Itaú BBA iniciou a cobertura da Moura Dubeux com uma recomendação outperform (desempenho acima da média) e preço-alvo de R$ 14,10 por ação.
“Acreditamos que o desempenho inferior da ação desde IPO parece injustificado neste momento, dadas as perspectivas de ganhos e sua desalavancagem”, avaliam os analistas do banco.
BRF (BRFS3)
A BRF contratou, entre 25 e 31 de março, linhas de financiamento junto a instituições financeiras no
Brasil, no montante agregado de, aproximadamente, R$ 1,4 bilhão e prazo de um ano, a companhia disse em comunicado.
“A iniciativa visa reforçar, preventivamente, o seu nível de liquidez durante esse período de grande volatilidade. A companhia continua atuando em consonância com sua estratégia de sustentação de liquidez e disciplina financeira para enfrentar as incertezas trazidas pela epidemia de Covid-19”, destacou.
A BRF informou ainda que a linha de crédito rotativo (revolving credit facility) de até R$ 1,5 bilhão com prazo de até 3 anos, contratada junto ao Banco do Brasil em dezembro de 2019, ainda não foi desembolsada.
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras lançou a oferta de oportunidade (teaser) para a venda dos 10% restantes que possui de participação na NTS – Nova Transportadora do Sudeste. A NTS opera mais de dois mil quilômetros de gasodutos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
A empresa faz a ligação entre o gasoduto Bolívia-Brasil e várias distribuidoras regionais, como a TAG – Transportadora Associada de Gás – que transporta o gás natural do Rio para o Nordeste. Além disto, a área da NTS responde por mais de 50% do consumo de gás natural do país. Em 2017, a Petrobras vendeu 90% da empresa para o Nova Infraestrutura Fundo de Investimento e Participações, da Brookfield Brasil.
Em outro comunicado divulgado na noite de ontem, a Petrobras informou que iniciou a fase vinculante para a venda dos campos de gás natural de Lagosta e Merluza, na Bacia de Santos. Segundo a estatal, os interessados em avançar no processo receberão carta-convite.
BR Distribuidora (BRDT3)
A BR Distribuidora propôs adiar o prazo do pagamento dos juros sobre capital próprio já declarados até 30 de dezembro de 2020; a proposta faz parte das medidas preventivas que buscam preservar
caixa, disse em comunicado. O prazo inicial de pagamento do JCP era até 30 de junho.
A companhia vai propor declaração de dividendos no valor de R$ 49,9 milhões até 30 de dezembro, de forma a atender ao dividendo mínimo obrigatório e reter temporariamente o valor de R$ 534 milhões originalmente previsto como dividendo adicional do exercício de 2019. A proposta será levada para análise dos acionistas em assembleia.
A companhia convocou acionistas para assembleia em 30 de abril, mas diz que está avaliando as melhores condições e uso de tecnologia e data pode ser alterada.
Helbor (HBOR3)
A construtora e incorporadora imobiliária Helbor publicou balanço do quarto trimestre de 2019 e do ano passado inteiro na noite de ontem. A Helbor registrou um prejuízo de R$ 27 milhões no quarto trimestre do ano passado, ainda assim um resultado melhor que em igual período de 2018, quando o prejuízo foi de R$ 45,5 milhões.
No resultado consolidado de 2019, a Helbor também teve prejuízo, de R$ 104,2 milhões. Houve também uma redução em relação ao prejuízo de R$ 340,9 milhões de 2018. Já o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 6,8% no quarto trimestre de 2019, para R$ 35,4 milhões. No consolidado de 2019, o Ebitda da Helbor foi de R$ 183,3 milhões. O resultado foi importante para a empresa, porque em 2018 o Ebitda da Helbor foi negativo em R$ 190 milhões. Outro dado importante do balanço é que a Helbor conseguiu reduzir sua despesa financeira em 92% entre 2018 e 2019, para R$ 3,6 milhões no quarto trimestre do ano passado.
A empresa fez um aumento de capital bem sucedido de R$ 560 milhões em 2019, o que lhe deu fôlego e caixa para começar 2020 mais estruturada.
O número de distratos recuou 70% em 2019, mas esta é uma tendência que foi observada também em outras empresas do ramo no ano passado. A receita líquida da Helbor avançou 14,4% no quarto trimestre de 2019, sobre igual período de 2018, para R$ 449,8 milhões. No fechamento de 2019 a receita líquida cresceu 103% sobre 2018 para R$ 1,2 bilhão.
Vulcabras (VULC3)
A Vulcabras Azaleia informou ao mercado que concluiu a venda da sua subsidiária Vulcabras Azaleia Sergipe, para a Dok, uma empresa local, por R$ 41 milhões. A transação inclui todos os ativos e passivos da empresa na sociedade.